• maisd60@maisd60.com.br

Autor: Carlos Santarem

Pai de três filhos e avô de dois netos *** Escritor, Palestrante, Farmacêutico Bioquímico com habilitação em indústria e análise de alimentos e indústria farmacêutica, Tarólogo, e Terapeuta Floral *** *** Autor dos livros “Reino dos Sensos”, “Eu mereço um dia com boas práticas”, "Sensos da Qualidade - E o segredo da sobrevivência e do Sucesso", "A Odisseia de um pequeno ato de inclusão" e “Autora, a foca albina – Uma história que trata sobre pertencimento” *** *** Com especializações em Gestão da Qualidade; Boas Práticas, ISO Lead Auditor. *** *** Principais Prêmios e Títulos: *** *** 2011: Moção de Louvor, Aplausos e Congratulações pelos excelentes serviços prestados ao Estado. Assembleia Legislativa – RJ.*** *** 2007: Ordem do Mérito Farmacêutico Internacional - Grande Oficial- Conselho Federal de Farmácia. *** *** 2006-Diretor Presidente (2006-2007), CRF-RJ. *** ***

Entrevista com Dra. Maisa Kairalla

O que os idosos precisam saber para se protegerem do novo coronavírus?

Em tempos de Covid-19, nome oficial da doença causada pelo novo coronavírus (SARS-COV-2), algumas medidas se fazem necessárias para reduzir o risco de contrair (ou transmitir) a doença. O conhecimento é uma delas.

Por isso, a médica geriatra, Dra. Maisa Kairalla, que é presidente da Comissão de Imunização da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e integra o comitê de enfrentamento à COVID-19 da Sociedade, esclarece aspectos relacionados aos riscos e cuidados que os idosos – população mais suscetível ao vírus – deve ter. 


+D60: Como é o comportamento do novo coronavírus?

A infecção por coronavírus se comporta de modo parecido a uma gripe comum (que é causada por outro vírus, o influenza), mas sua disseminação se mostra mais rápida e, especialmente na população acima dos 60 anos e/ou portadora de problemas crônicos, se manifesta mais gravemente.

Já temos transmissão comunitária em pelo menos São Paulo e Rio de Janeiro, o que significa que o vírus está circulando pela sociedade (não vem mais só de fora do país). Em uma nação continental como a nossa, cidades e estados podem vivenciar as fases da epidemia em tempos diferentes.


+D60: Quais os sintomas do novo coronavírus?

A febre é o sintoma mais comum, observado em quase 90% dos pacientes, conforme apontam os estudos que vêm sendo publicados mundialmente.

Cerca de 1/5 das pessoas experimentam falta de ar, geralmente incluindo tosse (seca) e congestão. Muitos também se sentem cansados ou com falta de apetite e nauseados.


+D60: Como identificar?

O vírus ataca principalmente o sistema respiratório inferior, que consiste na parte inferior da traqueia, brônquios, bronquíolos, alvéolos e pulmões.

Além da análise clínica e laboratorial, o exame de tórax pode mostrar se há danos nos pulmões, o que vem sendo considerado um indício revelador da presença do coronavírus.


+D60: Como funciona o período de incubação do vírus?

O período de incubação do vírus — tempo entre o dia de contato com uma pessoa doente e o início dos sintomas — é de cerca de cinco dias, apesar de, em casos mais raros, chegar a 14. É nessa fase que o vírus tende a ser transmitido de forma silenciosa.


+D60: O que fazer?

Caso um idoso tenha sintomas suspeitos, o conselho é que não corra para um pronto-socorro. No cenário ideal, o atendimento deve ser feito em domicílio, o que evita a exposição nos serviços de saúde.

Encorajamos o indivíduo a procurar atendimento médico caso tenha febre, tosse, falta de ar, cansaço excessivo e/ou confusão mental.


+D60: Porque os idosos são mais suscetíveis ao coronavírus?

Um motivo importante é a imunossenescência. Trata-se de um processo natural do envelhecimento, que diminui a capacidade do sistema imunológico. Como resultado, aumenta de modo geral a incidência de doenças infectocontagiosas em idosos. Isso vale para o coronavírus, para a gripe e por aí vai.

A existência de doenças crônicas, como diabetes, doenças cardíacas e respiratórias também aumentam o risco.


+D60: Como o idoso pode se prevenir do coronavírus?

As medidas mais eficientes para prevenir a infecção pelo coronavírus passam por aquilo que chamamos de etiqueta respiratória. Listo as principais aqui:

  • Distanciamento social
  • Higienizar com frequência as mãos usando água e sabão ou álcool em gel (70%)
  • Evitar tocar os olhos, o nariz e a boca
  • Evitar apertos de mão, abraços e beijos quando cumprimentar as pessoas
  • Se espirrar ou tossir, cobrir o nariz e a boca com o cotovelo flexionado ou lenço descartável, que deve ser jogado fora em seguida

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) orienta que pessoas com mais de 60 anos, sobretudo se tiverem diabetes, hipertensão ou problemas respiratórios, cardiológicos, renais ou neurológicos, além de indivíduos em tratamento de câncer ou que estejam com a imunidade comprometida, bem como todos aqueles com mais de 80 anos ou que tenham sinais de fragilidade, restrinjam o contato social. (vide posicionamento da SBGG)

No caso de idosos que convivem com cuidadores, se esses profissionais apresentarem sintomas de gripe, devem passar a evitar na mesma hora o contato com seus pacientes. Da mesma forma, pessoas que vivem em instituições de longa permanência, por apresentarem muitas vezes alto risco de complicações, devem ser cercadas de cuidados e cautela.

Esse é um momento de esforços individuais e coletivos para conter a epidemia de coronavírus. Todo mundo tem de fazer sua parte e lembrar que há pessoas que, infelizmente, correm maior risco com esse novo perigo. No momento, a recomendação é suspender visitas, mantendo o distanciamento social e adotando medidas intensivas de higiene são algumas das recomendações básicas.

Outra medida fundamental é manter em dia o calendário de vacinação recomendado pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM) e pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).

Veja mais informações


+D60: Por que imunização contra influenza é recomendada aos idosos em tempos de Coronavírus?

Embora não imunize contra o novo coronavírus, a recomendação é mais uma medida em favor da proteção dos idosos. Ainda mais que, em breve, entraremos no período de maior incidência de circulação e infecção pelo vírus influenza.⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

A medida reduz o risco tanto da infecção por influenza quanto do indivíduo contrair ambos os vírus ao mesmo tempo. Uma vez um indivíduo infectado, aumenta a chance de outras infecções como pelo coronavírus.⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

Além disso, contribui para que haja menos necessidade de estes pacientes procurarem os serviços de saúde, que tendem a estar sobrecarregados por casos da Covid-19.⠀

Na hora de se vacinar, entretanto, é preciso tomar cuidados como manter o distanciamento da pessoa na fila de 1 a 2 metros, e evitar aglomerações. Também, se possível, utilize-se dos recursos de “drive thrus”, que tem vacinado as pessoas dentro dos automóveis. Muitas cidades adotaram esta estratégia. Em São Paulo, a partir do dia 13 de abril, algumas farmácias estarão aplicando a vacina, gratuitamente.


+D60: Por fim, qual sua mensagem para a população?

Fiquem em casa! O acesso ao conhecimento é uma de nossas mais importantes ferramentas no enfrentamento à essa situação.

Um país, um povo preparado é diferente de uma nação preocupada e desinformada.

+D60 – www.maisd60.com.br – 25 de março de 2020

Pular para o conteúdo